Como foi adotar um gato?

Tudo que eu sei sobre cuidar de gatos eu devo à minha mãe. Já contei aqui – mesmo que brevemente – que minha mãe é uma super protetora de animais e eu sempre estive neste meio deste criança.

O que eu não esperava, era que eu fosse ter tantas dúvidas a partir do momento que eu adotasse um gato e cuidasse dele sem a ajuda da minha mãe.

Como eu adotei um gato

Falei aqui no O Surto do Dia que eu estava prestes a me mudar de casa e uma das vantagens era que eu estava indo para um lugar bem maior, onde eu poderia finalmente adotar um gato.

Neste meio tempo, um amigo meu decidiu que iria adotar um gato e eu me senti completamente confiante em escrever dicas para quem vai adotar um gato e enviar para ele.

Eu estava decidida a adotar um gato mais ou menos um mês depois que eu tivesse feito a minha mudança. Depois de um mês, eu provavelmente já estaria habituada à casa e também teria comprado tudo que fosse necessário para que a casa estivesse segura para receber um bichano.

Além disso, eu estava convicta de que adotaria uma gata adulta e que a escolhida seria uma das gatas que você olha e sabe que seria a menos provável de ser adotada. Eu estava muito propensa a fazer uma adoção de um felino fora do padrão, pois sei o quanto eles também merecem amor e um lar.

Meus planos colocados em prática saíram todos diferentes

Pois bem, uma certa noite, minha noiva me mostra um compartilhamento no Facebook mostrando uma gata filhote que estava para adoção.

Faltava apenas dois dias para fazermos a nossa mudança, as coisas no meu trabalho não estavam muito bem e na minha cabeça tudo estava pior ainda.

Mas a gata era simplesmente linda.

Fui dormir pensando naquele rostinho irresistível. Eu sabia que todos os meus planos tinham ido por água abaixo.

Pouca gente visitou meu apartamento antigo. O motivo disso é que ele era extremamente pequeno. Tão pequeno que era inevitável esbarrar em outra pessoa ao tentar se mover pelos cômodos.

Além disso, aquele apartamento não era telado. Era completamente inseguro para qualquer tipo de animal.

Então decidi que iria mandar mensagem para a pessoa que estava dando lar temporário me comprometendo à buscá-la assim que eu fizesse a mudança.

Obviamente, não foi isso que aconteceu.

O meu problema com protetoras de animais

Minha mãe é uma protetora, como ela têm muitos gatos, dizemos que ela é uma gateira (apesar de nunca ter virado as costas à um cachorro, pássaro ou qualquer outro animal).

E todos estes anos seguindo os passos da proteção animal que minha mãe faz, pude ter contato com outras gateiras e cachorreiras. O suficiente para saber que elas podem ser um tanto quanto loucas.

Antes que você me julgue. Eu entendo o lado delas, de verdade. Ter que cuidar de diversos animais e presenciar tanta crueldade dos humanos contra serezinhos que só sabem nos dar amor… Tudo isso é uma tarefa muito complicada.

Além disso, elas odeiam o fato de outras protetoras meterem o bedelho na criação ou forma como elas cuidam dos seus animais.

Então, para falar com as protetoras, ter tato e jogo de cintura é essencial.

Ao entrar em contato com a protetora em questão, ela me disse que diversas pessoas ligaram perguntando da gatinha e que se eu não fosse buscá-la naquele dia e naquele momento, ela doaria para outra pessoa.

Paixão à primeira vista

Eu confesso: não sou uma pessoa muito racional. Sim, eu costumo agir, quase que 100% das vezes, com o meu coração. Isso já fez com que eu me metesse em situações terríveis!

Então, quando eu recebi a resposta da protetora, desapeguei e fiquei muito feliz que muitas pessoas estavam interessadas na gatinha e nos seus irmãozinhos.

Porém, minha noiva estava frustrada. Apesar de não gostar tanto da ideia de adotar um animal, a paixão à primeira vista atingiu nós duas. Foi então que começamos a fazer um plano para adotar a nossa pequena.

Preparativos para a adoção da gata

Pessoas que não possuem animais, não estão com uma casa preparada para recebê-lo. E eu me encontrava nesta exata situação.

Além disso, o pequeno detalhe é que a protetora morava em diadema, e eu no centro de São Paulo. Nosso carro estava cheio de caixas de mudança, que aconteceria no dia seguinte.

Foi então que liguei para minha mãe e fiz um pedido inusitado. Pedi o carro emprestado e uma caixinha de transporte.

Quando expliquei a história, ela topou na hora.

Apesar da pressão feita pela protetora, ela simplesmente tinha deixado de responder minhas mensagens e também não atendia o telefone.

Cheguei a achar que ela havia me bloqueado do WhatsApp. Com isso, meu sonho de ter uma filhotinha estava cada vez mais distante – e eu estava cada vez mais conformada com isso.

Ela voltou a me responder duas horas depois dizendo que não estava em casa no momento. E que só estaria em casa por volta das 19 horas.

Cogitei em desistir. Afinal eu teria que dirigir por uma hora na ida, uma hora na volta, para buscar uma gatinha que não marcava todos os pontos listados acima. Ela era uma filhote linda e que facilmente seria adotada.

Fabiane, sobrenome persistência

Uma das minhas maiores qualidades – e defeitos também – é a minha persistência. Sim, eu sou uma leonina com ascendente em touro. Caso você não saiba o que isso significa, eu explico…

Sou teimosa em dobro. E acredite em mim ou não, isso pode ser fatal.

Então me preparei para sair de casa o quanto antes para pegar o carro da minha mãe e ir até diadema. Consegui passar de um petshop e comprar tudo que eu precisava naquele momento para cuidar da alimentação e higiene da gata.

Em busca da gata

A ida para Diadema foi… interessante.

Não, eu nunca tinha visitado Diadema. As pessoas sempre me falavam que era uma “quebrada”, mas eu nunca botei fé de que elas falavam sério.

Afinal, as pessoas tendem a exagerar quando querem ressaltar que não gostaram de algo.

Porém, ao chegar em Diadema, eu entendi o que eles queriam dizer por “quebrada”.

Apesar de estar com um carro 1.6, pensei que ele não aguentaria as subidas, descidas e estradas sem asfalto que tivemos que enfrentar.

Quando tiramos carta de motorista, ninguém nos ensina como andar nas ruas de Diadema. Muito menos que você deve dirigir devagar, quase parando, nas ruas sem asfalto.

Entrei em vielas onde tinha certeza de que seria meu fim. Seja por um capotamento do carro ou então porquê as pessoas me olhavam de forma extremamente mal encarada.

Por fim, cheguei no endereço indicado e fui conhecer a minha nova gatinha.

Fui escolhida para adoção

Uma coisa engraçada sobre gatos é que normalmente eles escolhem o dono. Com a nossa bebê não foi diferente.

Ao chegar, fui de cara conhecer a gatinha da foto. Porém eu acho que ela não foi muito com a minha cara, pois não fez muita questão de ficar perto de mim.

Eu estava abaixada conversando com a protetora, segurando um gatinho que seria operado em breve. quando senti um cutucão na minha coxa esquerda.

Sim, uma gatinha estava sentada comportadamente, olhando para mim e me cutucando com sua patinha. Pedindo atenção.

Foi naquele momento que eu soube… Eu tinha sido escolhida para adoção.

O primeiro dia da gata em casa

A sensação de trazer um gatinho para casa é um misto de medo, alegria e dúvidas. Afinal, você não sabe como ela vai se comportar em um ambiente totalmente novo.

E foi exatamente assim que a nossa primeira noite com a gata aconteceu. Muita exploração e vontade de ficar pertinho o tempo todo. Também tivemos que lidar com choro durante a madrugada e xixi em lugares indesejados.

No dia seguinte, eu estava exausta por ter tido uma noite mal dormida, e fiquei pensando se tinha tomado a decisão certa em ter adotado um filhote.

Mas as coisas melhoraram bastante no segundo dia!

Afinal, me arrependi de ter adotado uma gata?

Depois da minha mudança, as coisas ficaram bem melhores para mim e também para a gatinha. Porém todo o processo de mudança e também lidar com a adaptação da gata, foi exaustivo. Sério, exigiu muito de mim e eu não esperava que fosse precisar tanto trabalhar o meu emocional para isso.

Aliás, depois de uma semana acabamos descobrindo que nossa querida gatinha era na verdade um macho!

Agora, apresento-lhes o Gael, esse gatão que faz meus dias serem melhores!

Sim, o Gael é esse bichinho lindo, charmoso e brincalhão. Eu nunca vi um gatinho brincar tanto.

Ah! Além disso, o Gael é extremamente glutão. Ele não pode ver ninguém comendo ou bebendo algo, pois ele vai querer comer também. (Será que o signo dele é de touro?)

E não, eu não me arrependi em ter adotado um gato. Sinto que todos os dias eu aprendo algo diferente com ele. Principalmente a ser mais paciente e começar a enxergar o mundo através dos olhos dele.

É engraçado ver como ele está descobrindo aos poucos como a vida é. E como ele é o meu primeiro filho, quero bajular bastante ele.

Porém, a melhor parte, é saber que tudo que aprendi nos meus longos anos acompanhando minha mãe em resgates, é perceber como tudo é diferente quando você tem que lidar com uma vida que depende de você. E isso tem sido incrível.