chefe ruim

Tive um Chefe Ruim e isso mudou minha vida (para pior)

Compartilhe em suas redes!

Eu relutei bastante para escrever um artigo sobre isso. Mas eu acho que é perfeitamente normal – dentro da nossa trajetória profissional – passar por chefes ruins e bons.

Demorou bastante tempo para que eu conseguisse sair das garras de um chefe ruim. Dois anos da minha vida foram usados para transformar uma profissional em ascensão em uma pessoa completamente apática e desmotivada.

Este artigo é mais um desabafo com uma conclusão no final. Eu espero que te ajude.

O que é ser um chefe ruim?

Existe uma infinidade de maneiras de se tornar uma pessoa ruim. Você pode simplesmente não ligar para os sentimentos e dores dos outros, você pode pensar só no seu benefício, você pode criar rivalidades que não existem, fazer fofoca sobre coisas que não te dizem respeito ou você pode simplesmente colocar maldade em absolutamente tudo que vê.

Meu chefe ruim era tudo isso e mais um pouco.

Você já foi questionada pelo seu trabalho? Pelo seu conhecimento? A sensação que eu tenho é que, por ser mulher, constantemente eu tenho que provar o quanto eu sei sobre a minha área.

As vezes, ser mulher dentro do marketing digital faz com que você tenha que provar duas vezes de que sabe do que está falando. Isso tem dois motivos:

1- Cada vez mais o Marketing Digital está se perdendo em venda de cursos online e outras vertentes;
2- Você ainda têm que ficar provando que sabe o que faz, só por ser mulher.

E sim, eu já tive chefes ruins mulheres anteriormente. Mas este em específico, conseguiu elevar todos os níveis.

O medo de não ser perfeita

Para mim, a pior parte de ter tido um chefe ruim foi o medo de não ser perfeita.

Eu sentia medo 24 horas. Medo das entregas feitas para os meus clientes. Medo de não saber o que eu estava fazendo (mesmo trabalhando anos na área) e principalmente, sentia medo de que aquele lugar era o único que me daria um emprego. E por isso, aceitei todos os absurdos que já foram jogados nas minhas costas. E principalmente todos os preconceitos que vi e sofri lá dentro.

Na primeira semana de trabalho eu tive que passar no pronto-socorro pois meu pescoço simplesmente travou. Eu ficava tão tensa enquanto trabalhava que tive que tomar uma injeção e remédios para relaxar a musculatura.

Mas isso foi só o começo de uma relação abusiva de dois anos.

Quando você acha que não há para onde correr

Por sorte, eu encontrei pessoas excelentes que trabalhavam no mesmo lugar. Elas fizeram com que eu entendensse que o problema não era comigo e que eu era apenas a próxima vítima. Sim, isso já tinha acontecido outras vezes.

Eu lembro do medo que senti quando foi colocado na minha responsabilidade de que um cliente teria que renovar o contrato. Eu passei duas semanas inteiras tendo problemas de estômago, que fizeram com que eu perdesse o rumo da minha vida.

Trabalhar de finais de semana e depois do expediente eram coisas corriqueiras que nunca foram reconhecidas por ninguém. Horas extras? Jamais ganhei um centavo a mais por isso. Nenhuma das minhas entregas nunca foram boas o suficiente, mesmo tendo conseguido diversos cases de sucesso. Nunca era graças a mim, segundo meu chefe.

O começo do fim do relacionamento abusivo

Eu passei dois anos sendo mantida naquele trabalho com a história de que havia um “plano maior para mim”, que tudo que eu estava passando era uma preparação para que eu me tornasse coordenadora.

Toda vez, meu chefe ruim me dava uma data diferente. Seria em agosto, mas aconteceu um imprevisto, depois em setembro, mas outro imprevisto. Com isso, dois anos se passaram e eu só carregava mais e mais trabalho nas costas.

Cheguei a atender – simultaneamente – 16 clientes, o que fez com que eu tivesse crises de ansiedade e depressão por não conseguir dar conta de nada.

Meu peso aumentou significativamente e meus relacionamentos familiares ficaram um caco.

Lembro de um momento em que eu trabalhei de final de semana por causa do dia das mães. Eu estava morta de medo de não atingir os resultados esperados pelo cliente e pelo meu chefe ruim.

Estava com uma baita enxaqueca, mas continuei trabalhando por medo de não atingir os resultados. Quando atingimos os resultados, em momento nenhum eu ganhei um parabéns. Ainda tive que ouvir “você quer ganhar uma estrelinha?”. Não, eu gostaria apenas que você parece de dizer, constantemente, o quanto eu não era boa no que eu fazia.

Proibida de fazer cursos ou participar de workshops, pois outras empresas poderiam nos enviar propostas de emprego. Também não podíamos postar absolutamente nada nas redes sociais, pois éramos questionados sobre tudo.

Em dois anos, vi pessoas muito boas terem problemas psicológicos por trabalhar naquele lugar. Vi gente pedindo demissão por ter sido alvo de fofocas causadas pelo chefe ruim. E isso não é nem metade das coisas horrorosas que ele fez comigo e com os outros.

Foi quando algo muito maior aconteceu.

Quando eu decidi colocar um ponto final em tudo

Eu não podia falar com determinadas pessoas do trabalho. Também não podia almoçar com certos grupos pois eles poderiam “poluir minha cabeça”.

Eu tinha uma amiga que meu chefe ruim começou a questionar se tinhamos um relacionamento amoroso. E isso fez com que nós nos afastássemos.

E por fim, meu chefe ruim tentou fazer com que eu e um bom amigo, virássemos um contra o outro. Gerando uma intriga enorme entre os dois, arquitetada por ele. Sim, ele gostava de controlar as pessoas como marionetes e eu parecia perfeita para as cordas dele.

A promessa de que eu me tornaria coordenadora começou foi ameaçada por uma “substituta”. A pessoa que meu chefe ruim tinha escolhido para se tornar o braço direito dele, me descartando.

Constantemente, nos meus feedbacks, foi dito que eu não era a mesma Fabiane de quando eu entrei na agência. E isso era verdade. Eu tinha finalmente percebido todos os tipos de abusos sofridos e todos os absurdos que eu passei.

Com isso, me afastei do meu chefe ruim o máximo que conseguia, mas é impossível ficar 100% distante de alguém que você deve prestar contas diariamente.

Eu percebi que a minha substituta caiu no mesmo papo furado de “algo maior esperando” e pela sorte do meu chefe ruim, ela comprou essa ideia, se afastando de todos que ele mandava e obedecendo tudo que ele dizia, por mais absurdo que fosse.

E como eu estou agora?

As feridas nunca ficaram completamente curadas. Meu dia a dia ainda é afetado pelas falas do meu ex-chefe ruim.

Com uma frequência absurda eu começo a pensar o quanto não sou boa e não sei o que estou fazendo no meu trabalho. E por isso, eu só tenho a culpar você, chefe ruim.

Eu tomei coragem de sair doemprego e a saída foi tão caótica quanto os meus dois anos lá. Ouvi absurdos e ameaças infindáveis do dono e passei muito mal, achei que estava tendo um AVC.

Acredito que a principal mensagem que eu gostaria de deixar aqui é que você nunca pode considerar que as pessoas vão te dar mais valor por você ter vestido a camisa da empresa.

Você deve sim vestir a camisa, mas saiba que ela não é sua, é emprestada. E a partir do momento que você não tem mais valor, logo será descartado e humilhado (mais ainda).

Para o meu chefe ruim, nem todo mundo é destinado a ser um líder. Por isso acabam ficando apenas com o cargo de chefe mesmo. Aquela pessoa que só manda e não está nem um pouco preocupado em guiar e comandar um time. Infelizmente, você foi colocado nesta posição, mas logo as pessoas perceberão quem você realmente é.

Quem Teve O Surto do Dia

Fabiane Sutiak
Fabiane Sutiak
Eu sou a Fabi! Formada em Marketing Digital, com Pós Graduação em Psicopedagogia. Minha paixão é jogar vídeo games e falar sobre isso aqui no Surto do Dia, no Tiktok e as vezes no Youtube.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *