Série da Netflix Sexify é boa?

Depois de muito tempo, consegui colocar todas as minhas séries em dia e, em consequência disso, acabei ficando sem nada novo para assistir.

Foi então que a Netlix começou a me recomendar loucamente a série Sexify, o que me fez juntar o útil ao agradável, já que eu não tinha nada melhor para assistir.

Mal sabia eu que me arrependeria das quase 8 horas gastas assistindo mais uma série rasa da Netflix que fala sobre sexo.

Enredo de Sexify

A série mostra uma garota que parece não ter nenhum interesse além de se formar na faculdade e participar de uma competição de tecnologia com seu aplicativo desenvolvido com o tema SONO.

Porém, seu professor diz que o tema do APP não é – pasmem – sexy o bastante. (Que tipo de professor diria algo assim ou se preocuparia com um projeto ser sexy ou não?).

É neste momento que uma das protagonistas começa a pensar no que está na cabeça dos “jovens de hoje”. Chegando a conclusão óbvia de que todo adolescente e jovem adulto só pensa em sexo.

Por que assisti Sexify?

Algo que me deixou animada para assistir a série é o fato dela não ser americana. Sexify é uma série protagonizada por Poloneses e eu estava curiosa para entender como eles produzem séries com temáticas relacionadas a sexo.

Afinal, a gente já conhece bem o jeito americano de mostrar e falar de sexo… No maior estilo American Pie. O que pra mim beira um show de horrores e constrangimento.

Para o meu azar, ao abordar o tema dentro de suas séries e filmes, todos os países se mostram universais. Onde o que mais importa é o chocante e explícito, mesmo que fora de um contexto final dentro da série.

Não, eu não sou moralista, eu acredito que podemos fazer o que bem entendemos dentro de uma normalidade onde o que eu faço não fere ninguém e onde há o consentimento de todos.

Porém eu acredito que seja pouco comum que pessoas vestidas com fantasias de pênis em uma fila para um evento sobre sexo e fantasias sexuais, seja algo casualmente aceito e extremamente comum de se encontrar nas ruas da Polônia ou dos Estados Unidos. Mas este não é nem de longe o pior problema da série.

O que achei da série Sexify?

Apesar de tentar por diversas vezes esbarrar em um tema muito importante – o orgasmo feminino e como as pessoas claramente não estão prontas para falar sobre isso – a série usa muito da nudez e cenas de sexo para deixar a série mais adolescente e aliviar um pouco a tensão sobre o tema e todos os questionamentos das protagonistas, o que me deixou bem incomodada.

Afinal, o feminismo saudável esbarra bastante nas barreiras de exposição corporal como forma de expressão, o que é assunto para um outro post aqui do blog. Mas que é muito explorado dentro das séries como forma de empoderamento.

De qualquer forma, o enredo de Sexify demora à se desenvolver e ao final dos seus 8 episódios, ficamos com a sensação de buracos sendo preenchidos nos últimos segundos da série (sem trocadilhos maliciosos).

A personalidade e história de todos os personagens é muito mal explorada, o que faz com que você termine a série sem saber exatamente nada sobre ninguém.

Algo extremamente triste pois algumas das personagens tinham muito potencial a ser explorado, com discussões incríveis sobre sexo antes do casamento, religiosidade e…. orgasmo!

Provavelmente, ao terminar a série você vai ficar com a sensação de que poderíamos ter tido apenas 3 longos episódios bem escritos explicando a história principal, que é a criação do aplicativo e a competição de tecnologia.

Porém, a Netflix possui a “regra dos 8 episódios” o que me faz entender algumas encheções de linguiça e cenas pra lá de desnecessárias (e um tanto quanto repetitivas).

Claramente os autores da série produziram os episódios pensando em fazer uma segunda temporada, pois nenhuma das principais respostas foram dadas ao longo da primeira.

Deixando tudo para um segundo momento, onde até mesmo o final chega a ser previsível apesar de decepcionante.

Ao final dos 8 episódios, você provavelmente só vai torcer para que tudo acabe para poder tirar a série da sua fila da Netflix.

É óbvio que – assim como a protagonista da série percebeu – a Netflix sabe que sexo vende e dá audiência, e por isso tem apostado cada vez mais em séries com enredo cada vez mais raso, porém com cenas calientes para chamar a atenção dos telespectadores.