O Surto do Dia ama jogar o bom e velho Guitar Hero! Independente de qual jogo da Saga Guitar Hero você conhece, pode ter certeza, nós já jogamos. E por esse motivo, temos uma opinião bem sincerona de como Guitar Hero foi do Luxo ao Lixo – sim você leu certo – durante seus 10 anos de existência e inúmeras sequências lançadas. Acompanhe nosso surto!
Guitar Hero – O início de uma lenda do rock!
O ano era 2007 quando eu fui até uma loja de games de um shopping de São Paulo e vi aquilo que iria mudar minha vida para todo sempre. Um lindo controle em formato de guitarra Gibson SG vermelha que acompanhava um jogo chamado Guitar Hero 2. “Eu quero aquele”, disse pra minha mãe, que em um primeiro momento achou que eu estava brincando. E foi assim que eu descobri uma das minhas grandes paixões na vida.
Independente do tipo de gamer que você é nos dias de hoje, eu tenho certeza absoluta que você já jogou Guitar Hero em algum momento da sua vida. Seja na casa de amigos, ou até mesmo porque você descobriu um jogo que trazia uma nova proposta. Seja você quem for, ou qual Guitar Hero jogou, você sabe qual a sensação que eu irei descrever neste surto.
A sensação única de voltar da escola e pegar seu controle – pode ser o joystick ou a sua guitarrinha – e se desafiar em músicas com riffs em escadinha, alternados ou até mesmo uma sequência (muitas vezes dolorosa) de apenas um botão. A sensação de que você era um rockstar apenas por conseguir completar a sequência de botões, conseguir fazer 5 estrelas naquela música difícil, ou até mesmo ligar o star power durante o solo. Era tudo muito prazeroso.
Para ajudar, a ambientação do jogo era incrível! Você começava do zero, com sua banda saindo da garagem da sua casa e tocando em pequenos shows, até começar a ganhar fama e serem notados por grandes gravadoras. Liberar a nova sequência de músicas e a nova cidade, era algo prazeroso. Cada nova cidade trazia tipos diferentes de músicas mais difíceis e desafiadoras. Desbloquear novos guitarristas, roupas e músicas deixavam o jogo mais interessante. Praticamente todo mundo que jogou acabou dando um restart para conseguir 5 estrelas em uma música específica.
Eu perdi as contas de quantas vezes joguei Guitar Hero na minha vida. Para falar a verdade, eu era tão viciada em jogos quando mais nova que até desenvolvi tendinite nos dois braços por jogar tanto. E sendo bem sincera, os jogos de antigamente tinham algo especial que não consigo sentir mais nos dias de hoje. Era extremamente divertido chamar meus amigos de escola para jogar Guitar Hero e, mesmo aqueles que nunca tinham jogado, sempre aceitaram o desafio de aprender a jogar. Guitar Hero tinha algo único, uma essência que outros jogos não conseguiu conquistar.
Até que tudo começou a dar errado.
O que aconteceu com Guitar Hero?
É a pergunta que não quer calar, não é mesmo? O que sabemos é que Guitar Hero era desenvolvido pela Harmonix e publicado pela RedOctane. Ao todo a Harmonix desenvolveu os três primeiros jogos da franquia: Guitar Hero, Guitar Hero 2 e Guitar Hero Rock the 80’s. Entretanto, a Harmonix firmou parceria com a EA Games para lançar o temido concorrente: o aclamado Rock Band!
Foi a partir do lançamento de Rock Band que Guitar Hero começou a sua derradeira queda até o fundo do poço. Rock Band – como o próprio nome diz – permitia que você e seus amigos formassem uma banda tocando todos os instrumentos, algo que Guitar Hero não sonhava em fazer. Além disso, as músicas de Rock Band eram incríveis e o jogo trazia inúmeras possibilidades de customização de personagens.
Com a possibilidade de tocar todos os instrumentos, Guitar Hero se viu em uma encruzilhada e precisou desenvolver Guitar Hero World Tour às pressas. Digo que o jogo foi desenvolvido “de qualquer jeito” pois os sistemas de microfone e bateria parecem ter sido muito mal programados e não funcionavam direito. Assim como podemos notar uma verdadeira queda na qualidade das músicas escolhidas, bem como na qualidade gráfica, que deveria só melhorar com o tempo.
Esse foi o começo do fim da franquia, que viu o crescimento de Rock Band aumentar enquanto não conseguia acompanhar a mesma qualidade e, muito menos, conseguia trazer novidades para os fãs da franquia.
Na verdade, não vou dizer que Guitar Hero não tentou trazer novidades, eles tentaram até que demais. O fato de Guitar Hero ter perdido sua base fortíssima de fãs, se deu pelo fato de que eles pararam de dar tanta importância para o gênero musical que consagrou o jogo como um sucesso. A guitarra passou a ser apenas mais um dos instrumentos no meio de várias músicas de gêneros que não eram apenas rock ou metal. Além disso, muitas vezes os fãs da saga foram pegos tocando notas na guitarra que não correspondiam com o que estávamos ouvindo. Algo que me deixa extremamente revoltada até hoje. (Sim eu estou falando de você Guitar Hero 5!!!)
Qual a sequência de jogos do Guitar Hero?
O primeiro Guitar Hero foi lançado em 2005 e contava com um total de 30 músicas principais e mais 17 faixas bônus. Os jogadores podiam escolher tocar com a guitarra ou com o controle do Playstation 2 e podiam fazer o modo carreira (dando um nome para a banda e desbloqueando as músicas), o modo quick play ou o modo multiplayer (onde duas pessoas competiam para ver quem acertava mais notas).
No total, você podia escolher entre 8 guitarristas e selecionar a sua roupa e guitarra.
As músicas do jogo são de rock e metal com grandes nomes como Black Sabbath, Ramones, Queen, Franz Ferdinand, Megadeth e muito mais. O grande diferencial é que todas as músicas foram regravadas por covers, dando um toque novo para cada canção e deixando o jogo com a sensação de que realmente era uma banda nova tocando. O jogo foi um sucesso de vendas tão grande que logo em seguida a produção de Guitar Hero 2 começou a ser desenvolvida.
Guitar Hero 2 – Se não eu, quem vai fazer você feliz?
O segundo título da sequência foi lançado em novembro de 2006 para Playstation 2 e tinha 40 músicas principais e mais 24 faixas extras. Em 2007 foi lançada a versão para Xbox 360 que contava com músicas adicionais!
Entre as faixas podemos destacar grandes nomes como Avenged Sevenfold, Rolling Stones, Kansas, Nirvana, Guns and Roses, Rage Against the Machine e, novamente, Megadeth. A dificuldade do jogo também aumentou, trazendo novos desafios para aqueles que ainda jogavam no controle.
Os modos de jogo melhoraram com a adição de novos tipos de competições no multiplayer e mantendo o sucesso do modo carreira e quick play. Além disso, a sessão de treino ajudava você a melhorar a sequência de notas para passar daquela música mais difícil.
Guitar Hero 2 contava apenas com 6 personagens, mantendo alguns do jogo antigo como Judy Nails, Izzy Sparks e Axel Steel. Também podíamos escolher o tipo de guitarra que iríamos usar e, com o dinheiro ganho em cada música tocada, podíamos comprar novas guitarras, vídeos da produção do jogo e novas músicas.
Arrisco a dizer que Guitar Hero 2 foi a porta de entrada de quase todos os fãs do jogo, que acabaram comprando Guitar Hero 1 posteriormente. A qualidade das músicas e a jogabilidade melhoraram muito e fizeram com que muitos jogadores conhecessem novas bandas que nunca tínhamos ouvido falar – esse foi meu caso.
Eu me descobri fã da saga com Guitar Hero 2 e, além disso, descobri a minha paixão por rock com o jogo. Quem disse que a gente não aprende nada jogando, né?
Apesar da qualidade das músicas, Guitar Hero 2 fica em segundo lugar no meu coração, perdendo para o tão famoso Guitar Hero 3 Legends of Rock. Vamos falar dele daqui a pouquinho.
Guitar Hero Encore Rock the 80’s
Mas antes de falar do melhor Guitar Hero já lançado, vamos falar de um tão bom quanto: Guitar Hero Encore Rock the 80’s!
Sério, se você nunca jogou este jogo, procure saber mais sobre ele. As músicas, como o nome do jogo já denuncia, são dos anos 80 e possuem ritmos mesclados entre o rock, pop-rock e metal. Apesar do visual mais antigo, já que estamos falando dos anos 80, a jogabilidade é tão boa quanto Guitar Hero 2 e os guitarristas ganharam um toque especial, roupas de época e duas opções de vestimenta para cada personagem.
Ao todo são 30 músicas com renomados nomes como Poison, Iron Maiden, The Police e Dio. O jogo como um todo é muito divertido, trouxe algumas novidades e agradou aos fãs. Era possível fazer competições multiplayer, jogar no modo carreira e também quick play.
Guitar Hero 3 Legends of Rock
Falar de Guitar Hero 3 é uma tarefa complicada. É muito difícil conseguir descrever o melhor jogo da franquia sem esquecer algum detalhe especial. O jogo trouxe inúmeras novidades, como a possibilidade de formar uma banda com duas guitarras (ou uma guitarra e um baixo). Uma parte de cheats que deixam o jogo mais fácil ou mais difícil, novos personagens e batalhas com guitarristas famosos. Sério, o jogo é tão incrível que você literalmente desce no inferno para batalhar com o Demo, e isso é incrível.
O jogos trás uma gama maior de personagens e mais tipos de guitarras e baixos.
Também é possível usar o dinheiro ganho em cada música para comprar novas músicas, roupas e novas guitarras. No total, são 48 músicas principais e 25 faixas bônus, com sucessos de Guns and Roses, Kiss, The Killers, Alice Cooper, The Strokes e muito mais. De todos os jogos, sem dúvida Guitar Hero 3 Legends of Rock possui o melhor setlist e também uma jogabilidade melhorada, tornando mais fácil apertar as sequências de notas nos solos.
A dificuldade do jogo veio na medida certa e, para aqueles que jogavam no controle, existiam os cheats que podem ajudar a passar de músicas muito difíceis, como Knights of Cydonia (que era difícil até na guitarra).
O modo multiplayer foi melhorado e possibilita que duas pessoas formem uma banda e toquem guitarra ritmo e guitarra solo, ou guitarra e baixo em músicas específicas. Além disso, que teve a chance de jogar com um amigo conseguiu liberar músicas novas que só estavam disponíveis no modo carreira em dupla. Isso fez com que você precisasse chamar seus amigos para jogar juntos, algo que os videogames começaram a parar de fazer até extinguirem a possibilidade do multiplayer local.
Guitar Hero 3 Legends of Rock será para sempre lembrado por suas incríveis músicas e, para mim, por ser o último jogo da franquia que realmente deu certo. Após Guitar Hero 3, o jogo pegou uma longa estrada ladeira abaixo.
Guitar Hero 4 World Tour
Não que eu não tenha jogado exaustivamente Guitar Hero World Tour, como qualquer fã da franquia faria. E por ter jogado todos os jogos, posso falar que é nítida a diferença na qualidade do jogo como um todo.
Talvez Guitar Hero World Tour tenha se saído bem no Playstation 3, pois no PS2 era claro que o jogo não rodava bem. Os gráficos pareciam inferiores aos de Guitar Hero 3 e a jogabilidade era ruim. Como eu falei lá em cima, parece que Guitar Hero 4 foi feito às pressas para tentar segurar um pouco o sucesso que Rock Band estava fazendo, algo que não deu certo.
Algo que me incomodou muito a partir do Guitar Hero World Tour é que os fãs da franquia que jogavam no controle agora eram obrigados a comprar o joystick em formato de guitarra. Algo que não foi muito bem aceito pelo público. Digo isso pois em cada lançamento do jogo, uma nova guitarra era lançada e o preço dessa brincadeira girava em torno de R$400,00, algo muito caro para apenas um jogo, pelo menos na época. Além disso, mais uma dificuldade foi adicionada – o modo beginner – que na minha opinião era uma ofensa a capacidade lógica de qualquer ser humano.
Sem falar que o novo modelo da guitarra contava com uma opção de botões “mais baixos” do pescoço da guitarra, onde você podia fazer os solos mais facilmente. Porém, para quem tinha a guitarra antiga – que é o meu caso – pôde presenciar alguns bugs na hora de fazer os solos. Algo que era muito frustrante se você é uma pessoa como eu que gosta de tocar as notas todas certinhas.
No quesito inovação os únicos pontos a serem acrescentados foram a inclusão da bateria e microfone. Os gráficos pareciam um pouco achatados e até mesmo a “energia no palco” dos personagens parecia diferente.
Vou tentar explicar o que é a “energia no palco” que estou falando aqui. Quando você joga Guitar Hero 1, 2, 3 ou anos 80, pode perceber que os personagens vibram durante a música, sentem-se frustrados quando começam a errar muito e enlouquecem quando você ativa o star power. A partir do Guitar Hero World Tour isso se perdeu. Os personagens parecem mais robôs do que astros do rock.
Falando em rock, vou reclamar sim da falta de músicas realmente boas no GH4. No total são 84 músicas com grandes nomes como Michael Jackson, Linkin Park, Jimi Hendrix, Jane’s Addiction e The Doors. Não que eu seja aquele tipo de pessoa que só ouve rock, mas para um jogo com uma proposta de banda, não faz o menor sentido adicionar alguns estilos de música e isso ficou cada vez mais evidente com o lançamento dos outros Guitar Heros.
Guitar Hero Aerosmith
Não gosto de Aerosmith, então fica um pouco difícil de falar sobre um jogo apenas para uma banda cujas músicas não fazem meu estilo. Mas como eu disse antes, é lógico que já joguei. Apesar de ter sido o Guitar Hero que menos joguei na vida, pude ver que muito do jogo foi reaproveitado do Guitar Hero World Tour, que já não era bom.
Ao todo são 42 músicas, sendo que 13 são de outras bandas além do Aerosmith. No quesito inovação, podemos citar que agora a banda era a mesma da vida real, ou seja, você tocava realmente com Steven Tyler e os outros integrantes. Foi lançado em 2008 para PS2, PS3, Wii, Xbox e PC e apenas quem possuía o controle em formato de guitarra podia jogar. De resto, não há muito o que citar sobre este jogo.
Guitar Hero Metallica
Em meio a tantos lançamentos de Guitar Hero e Rock Band e uma competição para quem conquistava a maior base de fãs. Guitar Hero Metallica acertou em cheio os fãs das antigas. Guitar Hero Metallica não possui todas as músicas da banda, apenas as principais. São 52 músicas sendo que 31 delas são da banda.
Digo que acertou em cheio pois Guitar Hero Metallica trouxe a dificuldade e rock que os outros jogos pecaram em trazer. Nele, podemos tocar músicas do System of a Down, Queen, Foo Fighters, Slayer e Alice in Chains.
A jogabilidade melhorou muito em relação ao World Tour e Aerosmith, a energia dos personagens parecia estar de volta. A dificuldade do jogo aumentou e isso fez com que ele se tornasse mais interessante.
Guitar Hero Smash Hits
Guitar Hero Smash Hits foi lançado em 2009 e tinha tudo para ser um enorme sucesso. Ele juntou todas as melhores músicas de todos os jogos e “remasterizou”, ou melhor, melhorou a dificuldade, gráficos e jogabilidade.
Ao todo podíamos desfrutar de 48 canções de todos os jogos e, sinceramente, o jogo é muito bom e serviu para agradar os fãs mais antigos. O jogo não trouxe muitas novidades e seu único diferencial é que as músicas que antes eram covers, agora eram cantadas pelas próprias bandas. Dando um toque um pouco diferente dos jogos antigos.
Guitar Hero Van Halen
Também lançado em 2009, possuía 47 músicas e em sua maioria eram da banda Van Halen. Foi um dos jogos que mais desagradou aos fãs pois parece ter sido feito apenas para “tapar um buraco” entre os outros e o lançamento do próximo jogo, Guitar Hero 5. A banda foi muito mal explorada e as bandas convidadas não tinham muito a ver com o gênero de Van Halen.
Como diferencial, o jogo oferecia a possibilidade de criar músicas próprias. Guitar Hero Van Halen foi um dos jogos menos vendidos da franquia.
Guitar Hero 5
Jogar Guitar Hero 5 é uma tarefa difícil. Esse é o único jogo que não zerei. Caso você seja um fã das antigas, vai saber exatamente o que estou falando quando digo que GH5 é um jogo muito frustrante. Afinal, qual o sentido de zerar um jogo que já possui todas as músicas abertas logo no início? As escolhas das músicas é toda errada e muitas vezes você vai se ver tocando outros instrumentos apesar de ter escolhido tocar guitarra.
O jogo tem tantas falhas que chega a ser desanimador de listar. A energia dos personagens já não é mais a mesma. A sensação de que são só bonecos programAdos fica bem clara uma vez que quando a música acaba eles simplesmente travam na mesma posição e esperam as longas telas de loading acabarem. Os gráficos parecem uma piada perto do que tínhamos no Playstation 2 com Guitar Hero 3. Nem mesmo o uso do star power anima os personagens e até o público parece que está em um show de ópera.
Posso estar sendo muito dura com o jogo, mas não existe um ponto positivo para destacar nele. Sinto muito se você conheceu Guitar Hero através do GH5 e caso tenha sido a sua situação, dê mais uma chance com um dos jogos antigos listados acima.
É um jogo que tenta inovar e acaba sendo ruim. São 83 músicas que podem ser jogadas no modo quick play sem precisarem ser desbloqueadas no modo carreira. Além disso, agora você não precisa mais tocar uma quantidade de músicas para avançar para a próxima cidade. Você pode coletar estrelas suficientes para pular de uma cidade para outra. O jogo não possui uma história, pelo menos não uma tão boa quanto as anteriores. Sua “novidade” era que você conseguiria fazer batalhas multiplayer com outras bandas, algo que não funcionava muito bem. Enfim, Guitar Hero 5 tem muitos problemas. Passe longe dele se possível.
Guitar Hero 5 possuía 85 músicas de vários estilos diferentes, algo que não agradou os fãs do começo da franquia. A forma como GH5 parece ter “atirado para todos os lados” fez com que muitos fãs de rock tivessem que tocar músicas de gêneros mais leves e que muitas vezes não combinavam com o instrumento que tinham selecionado.
A franquia ia de mal a pior e, apesar de Guitar Hero 5 não ter sido um fracasso em vendas, indicava que problemas mais sérios estavam por trás do desenvolvimento do jogo. Tudo indicava que os jogos estavam sendo feitos com desleixo e as pressas para concorrer com Rock Band, que lançava um sucesso atrás de outro.
Em Guitar Hero 5 também era possível tocar com cantores famosos, alguns deles já falecidos, como Kurt Cobain. Isso trouxe vários problemas pois o lead da banda Nirvana podia ser usado para outras músicas, algo que ficou extremamente bizarro e mórbido.
Guitar Hero Warriors of Rock
Sinceramente, este jogo é uma piada de mal gosto para os fãs antigos, novos, os recém chegados e até mesmo àqueles que nunca ouviram falar no jogo.
Tudo está errado em Guitar Hero Warriors of Rock! A história do modo carreira ficou muito fantasiosa e adicionou elementos de RPG ao jogo, algo que não fez o menor sentido. Além do mais, todo o jogo parece ter sido desenvolvido em uma semana onde todos os programadores tomaram muitas drogas e decidiram entregar tudo de qualquer jeito.
Os menus são extremamente confusos e mal feitos, os gráficos são inferiores ao de Guitar Hero 5 e a jogabilidade é ruim. Apesar de conter algumas boas músicas, ao todo são 93, tudo parece ter sido feito nas coxas e a dificuldade do jogo não é grande. Na verdade, o jogo realmente foi um caos pois o desenvolvimento foi conturbado. Com a dissolução da RedOctane e com a Activision tomando “posse” do desenvolvimento do jogo, a ideia era de criar uma identidade para a franquia. Algo que não deu nada certo e foi uma tremenda decepção para os fãs.
Guitar Hero Warriors of Rock foi um fracasso em todos os sentidos e poderia ter enterrado a franquia GH naquele momento. Mas os fãs mal podiam esperar para o mais novo e (até então) último fracasso, extremamente decepcionante: Guitar Hero Live.
Guitar Hero: Live
Após diversas críticas sobre os gráficos, jogabilidade e lista de músicas, Guitar Hero tirou uma pausa para tentar desenvolver um jogo realmente inovador. O hiato de 5 anos resultou em Guitar Hero: Live, lançado em 2015.
Guitar Hero: Live tentou voltar às raízes do jogo, dando enfoque total na guitarra e deixando de lado os outros instrumentos. Além disso, o controle em formato de guitarra era diferente e agora apresentava 6 botões posicionados um em cima do outro (três em cima da cor preta e três embaixo da cor branca).
Certamente a mudança de guitarra trouxe uma nova dificuldade aos velhos fãs da franquia. A ideia dessa nova guitarra era fazer parecer que estávamos tocando acordes, como numa guitarra de verdade.
Além da nova guitarra, Guitar Hero Live contou com algumas outras novidades, como os gráficos, por exemplo. Esqueça tudo que você viu sobre os outros Guitar Heros até agora. Sabe os personagens que nos acompanharam em quase 10 anos da franquia? Finja que nada nunca existiu. Agora você é uma pessoa real, de carne e osso, que toca em uma banda de verdade, para um público de verdade.
Apesar da sensação de que você realmente estava tocando em um show, a tentativa de Guitar Hero Live ser “ao vivo” e parecer real, não agradou aos fãs antigos. (Falo isso por mim também, pois era completamente apegada ao Axel Steel, Judy Nails, Cassy e Johnny Napalm).
Uma das grandes novidades do jogo era que você contava com uma gama gigantesca de músicas para serem jogadas no modo online chamado GHTV. Você podia competir ao vivo com outros jogadores de qualquer lugar do mundo e ganhar pontos que desbloqueiam músicas. O modo competitivo funcionava muito bem e mostrava, ao fundo, o clipe da música que era tocada. Semanalmente eram lançados desafios e você podia escolher as competições em que você se encaixava melhor.
Apesar de ter abandonado a ideia anterior e não dar nenhuma história para que possamos seguir no modo carreira, Guitar Hero Live até que era divertido. A escolha das músicas no modo carreira, chamado de GH Live, eram, em sua maioria, muito ruins. Os fãs raiz da saga tiveram que tocar músicas de Eminem, Katy Perry e Rihanna e nada disso fazia o menor sentido. Porém, o modo online possuía músicas de todos os gêneros e a possibilidade de escolher a dificuldade em que iria competir.
Além disso, o modo GHTV recebia atualizações de músicas constantes e contava com um sistema de recompensas cada vez que o jogador acessasse o modo online e competisse, algo que deixava o jogo vivo por mais tempo.
Foi então que a bomba veio e foi colocada no colo de todos os fãs de Guitar Hero: O desligamento do modo online de Guitar Hero Live em 2018. Esse anúncio da Activision foi o último prego para fechar o caixão de Guitar Hero e enterrá-lo no cemitério do fracasso para todo sempre.
Por que você não deve comprar Guitar Hero: Live
A começar que você vai precisar de uma guitarra nova, diferente da usada nos jogos antigos, para conseguir jogar Guitar Hero Live. Com isso, você vai gastar no mínimo R$200,00 para ter o periférico. Jogadores americanos que comparam o jogo ainda em 2018 poderiam pedir reembolso total do valor, uma vez que os servidores online foram desligados.
Pensa na minha felicidade ao saber de tudo isso tendo recém comprado o jogo, e a guitarra, e estando no Brasil?
O que posso dizer é que aproveitei pouquíssimo do GHTV mas ele era sensacional. Não tão bom quanto os GHs antigos, mas definitivamente trazia uma boa experiência. Porém, com o desligamento do servidor, tive que me contentar com 42 músicas muito ruins, das quais apenas 8 se salvam e são legais de serem tocadas.
Comprar Guitar Hero Live agora é jogar dinheiro fora. Acredite, eu falo isso com uma certa autoridade no assunto.
Por que Guitar Hero acabou?
Lembra de uma frase muito comum que ouvimos o tempo todo? “Em time que está ganhando não se mexe”? Bom, acho que os desenvolvedores da franquia não deviam ter ouvido este conselho.
Apostar que a mesma fórmula iria agradar os fãs para sempre, principalmente com a saída da Harmonix para a criação de Rock Band, foi um dos primeiros passos para o fundo do poço que Guitar Hero se lançou.
Somente em 2009 a franquia lançou 4 jogos, um em seguida do outro, e nenhum deles era realmente bom ou trazia algo novo e divertido.
As tentativas de inovar nos jogos só fez com que a base de fãs antiga se afastasse e o jogo perdeu sua essência!
Algo que poderia ter salvado a franquia era a possibilidade de jogar tanto com o controle quanto com o controle em forma de guitarra. Coisa que Rock Band não fazia. Tirar isso em Guitar Hero World Tour, limitou as vendas para um público de renda superior. Guitar Hero poderia ter adicionado a possibilidade de jogar outros instrumentos também no controle. Algo que atrairia mais fãs.
Ao passo que Rock Band teve o apoio da MTV Games para conseguir os direitos das músicas, Guitar Hero tinha que pagar milhares de dólares para ter os títulos em cada um dos jogos. Fazendo com que cada jogo precisasse ser um sucesso para cobrir todos os custos e gerar lucro.
Guitar Hero tentou acompanhar a inovação de Rock Band e adicionar novos integrantes da banda, porém não fez a lição de casa certo e acabou deixando os fãs ainda mais insatisfeitos.
Guitar Hero Live errou feio ao desligar os servidores online mas errou muito mais ao não disponibilizar todas as músicas online para que os jogadores pudessem desfrutar das mesmas. Afinal, tudo já tinha sido desenvolvido e parece que ao desligarem os servidores eles simplesmente jogaram no lixo todo o trabalho de mais de 100 músicas programadas para o GHTV. Sem contar com o fato de que não faz o menor sentido comprar uma guitarra para jogar apenas 40 músicas, enquanto as outras guitarras podiam ser usadas em todos os outros jogos.
Menções honrosas aos Guitar Heros para celular e outros portáteis
Guitar Hero foi lançado para vários consoles e até mesmo para celular. Isso fez com que o jogo ganhasse popularidade.
Os jogos de Guitar Hero para celular e portáteis são:
- Guitar Hero Carabiner
- Guitar Hero 3 Mobile
- Guitar Hero: On Tour
- Guitar Hero 3 Backstage Pass
- Guitar Hero On Tour: Decades
- Guitar Hero On Tour: Modern Hits
Além disso, seria injusto da minha parte falar de Guitar Hero e não fazer uma menção honrosa ao Anime Hero e Guitar Hero Brazucas, ambos desenvolvidos por brasileiros e sensacionais de serem jogados.
Guitar Hero – O que restou para recordar
Depois de falar sobre todos os jogos, me sinto na obrigação de contar um pouco mais sobre quem sou eu. Até porque eu não aceitaria alguém falando mal de uma franquia tão boa se essa pessoa não tivesse o mínimo de conhecimento de causa.
Como eu disse no começo do texto, comecei a jogar Guitar Hero em 2007 quando tinha apenas 12 anos. Acompanhei cada lançamento de jogo e sempre estive lá, pronta para adicionar minha banda e começar a minha carreira de rockstar.
Guitar Hero era, e ainda é, uma febre para mim. Lembro que eu só falava disso na escola para os meus amigos e convidava-os para jogar depois da escola e fazermos pequenas competições. Além das competições entre amigos eu também participei de uma competição de Guitar Hero 3 Legends of Rock, onde o vencedor ganharia uma guitarra.
Não estou dizendo que sou extremamente boa em Guitar Hero, até porque não ganhei aquela competição. Mas este jogo é, sem grandes dúvidas, um dos meus favoritos para todo o sempre e nada irá mudar isso. Eu posso ter todos os Guitar Heros em casa, mas pode ter certeza, se existe um GH em um Playland de shopping, eu irei jogar. Porquê? Eu não faço a menor ideia.
Conheci muitas pessoas jogando Guitar Hero, fiz alguns amigos durante as jogatinas em eventos de games e playlands de shopping. Guitar Hero tinha algo especial que unia as pessoas. Uma festa de aniversário perfeita para mim era chamar meus amigos para jogar Guitar Hero até não aguentarmos mais.
Uma vez que aprendi a jogar no expert e zerei todas as músicas, comecei a minha saga para fazer 100% em algumas – e até consegui! Porém o que me deixa mais feliz é que comecei a aprender a tocar com a mão esquerda, uma vez que já tinha tocado um milhão de vezes com a mão direita.
Eu tenho 3 controles de guitarras, sendo que duas são Gibson SG vermelhas e a terceira é para o Guitar Hero Live.
Já aprontei bastante com essas guitarras. Coloquei adesivo, tirei adesivo, colei figurinha de salgadinho, passei super bonder para colar um adesivo que tinha perdido a cola. Colei diversos papéis com o nome da banda Paramore, depois tirei tudo pois me atrapalhava para tocar. Enfim, essas três guitarras são meus bebês, assim como a franquia.
É muito ruim saber que algo que amamos tanto tenha ficado tão ruim. Ainda tenho esperança de que um dia a Harmonix e RedOctane voltem e façam um Guitar Hero das antigas. Quem sabe um remasterizado com todas as músicas de todos os jogos? Eu prometo que não me importo de tocar um punhado de músicas ruins se pudermos tocar as clássicas também.
A preocupação com a realidade nos jogos, fez com que as coisas perdessem um pouco todo aquele sentido lúdico de “fingir que sou um astro do rock”, por exemplo. Esses mesmos problemas podem ser vistos em outros jogos como Tony Hawk’s ou até mesmo GTA IV. Talvez os desenvolvedores de games devessem se preocupar menos em tornar os jogos tão realistas e deixá-los mais divertidos. Jogáveis com toda a família e amigos, seja online ou local.
Como jogar Guitar Hero nos dias de hoje?
Algumas pessoas ainda tentam manter a franquia de jogos viva, seja através de mods ou até mesmo jogos clones de Guitar Hero.
Apesar de não saber programar uma linha, eu sou uma das pessoas que tenta manter Guitar Hero vivo ainda nos dias atuais e tenho uma publicação bem legal falando sobre Clone Hero que é uma forma de você jogar músicas de todos os Guitar Heros, jogar online e até mesmo tocar músicas atuais.
Se você acompanhou meu surto até aqui, saiba que eu te agradeço por me “ouvir”. Foi um desabafo muito importante que estava guardado no peito há muito, muito tempo. Apesar de já ter atormentado meus amigos com este assunto um milhão de vezes, queria deixar registrada aqui a minha decepção com o que é um dos amores da minha vida em se falando de games.
Provavelmente eu posso ter esquecido de algum detalhe de um dos jogos, já peço desculpas e caso você lembre de algo pode colocar aqui nos comentários.
E, caso você tenha lido tudo, saiba que eu também quero saber a sua opinião sobre a franquia. Só há uma coisa tão boa quanto jogar Guitar Hero… Falar sobre Guitar Hero.
Um abraço,
Quem Teve O Surto do Dia
- Eu sou a Fabi! Formada em Marketing Digital, com Pós Graduação em Psicopedagogia. Minha paixão é jogar vídeo games e falar sobre isso aqui no Surto do Dia, no Tiktok e as vezes no Youtube.
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Eu li um excelente texto agora falando de um dos jogos que mais curti no PS2 e depois no Wii, e agora no X360.
Sobre o Warriors of Rock jogo por causa das músicas, que são muito boas, e eu gostei, pode taxa pedras rs.
Agora mesmo estava jogando o 2 e que jogo viu.
Adorei seu amor pela franquia que infelizmente terminou e estamos sem previsão de um retorno. Quem sabe . . .
Enquanto isso vou jogando os que tem né.
Abraço e obrigado pela matéria.