O Surto do Dia ama jogos com múltiplos finais e caminhos diferentes. Os finais alternativos não são uma novidade dos games, uma vez que até mesmo jogos de mega drive contavam com vários finais. Mas com a qualidade dos gráficos e capacidade dos novos consoles, empresas têm se focado cada vez mais em criar jogos de decisões, dando nas mãos dos gamers o poder de escolher qual será o final da história!
Hoje vamos falar de um dos melhores – senão o melhor – jogo finais alternativos: Detroit Become Human!
Detroit Become Human
O jogo, desenvolvido pela Quantic Dream – desenvolvedora conhecida por seus jogos com finais alternativos – foi lançado para PS4 e PC em 2018. Até os dias atuais o jogo impressiona com seus gráficos de tirar o fôlego, parecendo que estamos assistindo a um lindo filme em 4K – por mais clichê que isso pareça.
A história de Detroit Become Human começa nos mostrando um futuro não muito distante, onde humanos e androides convivem juntos. Porém, os robôs foram desenvolvidos apenas para servir as ordens de seus donos. Todos os robôs são ultrarrealistas, eles falam, se movimentam e se comportam como humanos.
Com os androids servindo os desejos dos humanos, muitos problemas começam a surgir. Um deles é o desemprego dos humanos, que estão sendo completamente substituídos por eles. Porém, o principal problema é a forma como alguns humanos estão tratando os robôs.
Robôs não têm sentimentos (!?)
É algo que você vai afirmar no começo do jogo, mas sua opinião começará a mudar ao ver como certos humanos tratam seus androids e como os robôs começam a revidar a estes tratamentos.
Pode até ser que os robôs realmente não consigam identificar seus sentimentos, mas algo de errado está acontecendo com os androids de Detroit Become Human. Um deles, logo no começo do jogo, mata seus donos pois fica sabendo que será substituído por uma versão melhor. O robô, indignado por ter servido a família e ser descartado como um pedaço de lixo, resolve matá-los.
Isso faz com que a polícia comece a suspeitar de que os robôs estão com algum defeito, que está fazendo com que eles matem seus donos.
“Brinque direito”
Lembra aquela frase que o Woody dá no primeiro Toy Story para o Sid? Cuidar bem de seus brinquedos é primordial para que eles não se voltem contra você.
É o que acabamos percebendo quando os androids estão fazendo ao serem maltratados de todas as maneiras possíveis. Uma delas, chamada Kara, acaba de ser consertada e entregue de volta ao seu dono, que costuma bater nela até ela desmontar. A robô atua como uma substituta da mãe da família, passando, lavando e cozinhando para o pai (seu dono) e cuidando da filha.
Porém, seu dono sofre de alguns problemas como o alcoolismo, por exemplo. E vez ou outra decide bater na robô e em sua filha. Apesar de ser uma decisão do jogador, é difícil obedecer a sua ordem de ficar parada enquanto você ouve os gritos da criança sendo agredida pelo pai.
Ao tomar a decisão de interferir no que está acontecendo, Kara se torna “livre” e consegue fugir com a garota para bem longe.
Connor e tenente Hank Anderson
As investigações dos crimes ficam por conta do tenente Hank Anderson, que acabou de ganhar um novo parceiro android, chamado Connor. Hank odeia robôs e desde o início trata Connor com muito desdém, sempre ironizando a sua situação.
Apesar de ser um relacionamento difícil, os dois protagonizam alguns dos melhores diálogos do jogo. Hank começa a pegar afeição por Connor e o robô, começa a se questionar sobre todos os crimes que estão investigando. Será mesmo que os robôs estão com defeito ou apenas despertando para a realidade?
Markus – o líder
Interpretado por Jesse Williams – mais famoso por atuar em Greys Anatomy – Markus era um robô muito bem tratado por seu dono, do qual ele ama muito. À ele são apresentadas as artes, como a pintura por exemplo. Seu dono sempre testa os limites de sua capacidade, exigindo que ele tente ser criativo e “sinta as coisas”.
Porém, o filho do dono de Markus odeia o robô e sente que seu pai dá mais atenção e carinho para a máquina. Isso faz com que ele insulte diversas vezes o android e até mesmo chega a agredi-lo. Você pode tomar a decisão de reagir, ou aguentar parado, mas o final desta história faz com que Markus vá parar no lixão, completamente destruído.
Markus começa a se questionar sobre seus sentimentos, sua vontade de reagir e tudo que seu dono o ensinou. Ele também percebe o desdém que os humanos tratam os androides e isso o deixa revoltado. É assim que sua jornada para a libertação começa.
Robôs ou humanos – De qual lado devemos ficar?
Este é um dos questionamentos que você terá ao longo do jogo. Você ficará do lado de máquinas que podem destruir a humanidade como conhecemos? Ou lutará até o fim para que os seres humanos sobrevivam e os robôs deixem de existir – ou continuem existindo apenas para nos servir?
De qualquer forma, o jogo te leva a ficar do lado de robôs e sentimentos como pena, dó e tristeza pela morte deles será algo muito comum. Muitas vezes ficamos com raiva das atitudes dos humanos quando eles decidem, não somente matar, mas também torturar as máquinas.
Connor, o detetive android, também se vê no dilema entre ficar contra sua raça e a favor dos humanos, ou ir contra a sua programação e se tornar um robô livre. A decisão é totalmente sua.
O jogo é uma lição sobre empatia e humanidade, onde você é colocado no meio de decisões muito difíceis, mas que precisam ser tomadas.
Detroit Become Human é bom?
Sem dúvida, é um jogo sensacional que rendeu muitas e muitas horas de jogatina. Tudo depende das suas decisões, mas normalmente o jogo tem em torno de 10 a 12 horas. Ainda é incerto a quantidade de finais que este jogo tem, estima-se que tenha um total de 15 finais alternativos, porém os desenvolvedores do jogo dizem que existe um final que ainda ninguém conseguiu fazer!
A experiência de jogar Detroit Become Human faz com que você questione de qual lado estará se um dia os robôs se tornarem capazes de ter consciência de que estão sendo usados pelos humanos. No jogo, temos a escolha de ficar do lado dos humanos, que teoricamente seria o certo, já que provavelmente seríamos facilmente extintos. Ou ficar do lado dos robôs e defendê-los dos humanos ruins, que não entendem que eles querem apenas coexistir com a raça humana.
Independente da decisão que você tomar, jogar Detroit Become Human é imprescindível se você curte jogos com finais alternativos, mas principalmente, se você gosta de jogos que te tiram da zona de conforto e fazem questionar pontos tão importantes da humanidade, como a evolução das raças, preconceito e muito mais.
Quebra da quarta parede
Até mesmo na tela de menu você interage com uma bela e simpática android, que comenta sobre suas atitudes e decisões durante o jogo. A quebra desta quarta parede torna o jogo ainda mais sensacional, uma vez que estamos sendo observados por um robô e usando um videogame para decidir a vida de androids e humanos.
Detroit Become Human é um jogo que vale a pena ser jogado mais de uma vez, inclusive com amigos. Pois as decisões tomadas por cada pessoa dependem muito de como elas pensam e podem te surpreender bastante.
Jogos com finais alternativos ainda podem ser muito bem explorados pelas desenvolvedoras de jogos, mas eles dão trabalho. É muito difícil pensar em um jogo que possui diversos finais e todos eles estejam amarrados para não deixar nenhuma ponta solta no meio do caminho. Por esse motivo, Detroit Become Human surpreende e nos faz questionar o que faríamos em situações tão tensas, que muitas vezes não temos tempo para ponderar sobre a melhor atitude.
Jogos como estes te dão o controle sobre quem vive e quem morre, deixando o destino de muitos – ou todos – personagens na sua mão. E isto é incrível!
Quem Teve O Surto do Dia
- Eu sou a Fabi! Formada em Marketing Digital, com Pós Graduação em Psicopedagogia. Minha paixão é jogar vídeo games e falar sobre isso aqui no Surto do Dia, no Tiktok e as vezes no Youtube.
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