Quando eu tinha meus 13 anos, uma das minhas maiores diversões era assistir e reassistir jogos mortais na fita cassete alugada da locadora.
Sim, eu conheço a franquia Jogos Mortais de cabo a rabo, de trás pra frente e posso te garantir que até mesmo algumas falas de personagens estão gravadas em minha mente.
Por isso, quando Espiral – O Legado de Jogos Mortais foi anunciado, torci o nariz e ao mesmo tempo fiquei um pouco animada.
Uma pena que, Espiral – O Legado de Jogos Mortais seja tão ruim que chega a ser uma vergonha ele ser considerado um filme sobre o legado magnífico, grandioso e sensacional de Jigsaw.
Atenção: este artigo contém imagens do filme que mostram as armadilhas de Jogos Mortais. Caso você seja sensível a este assunto, recomendo ler um dos nossos outros posts falando de diversas outras coisas!
Está tudo errado em Espiral – O Legado de Jogos Mortais
Caso você não seja um aficionado pela franquia Jogos Mortais, mas tenha assistido um ou dois dos filmes, com certeza você sabe que o personagem principal sempre foi e sempre será o jogo.
Controvérsias e discordâncias a parte, o que mais chamava atenção no início dos anos 2000 era a qualidade gráfica e sangrenta que as armadilhas dos filmes apresentavam apesar do seu baixo orçamento.
Então não me surpreende que Espiral – O Legado de Jogos Mortais tenha falhado miseravelmente ao tentar colocar como personagem principal um outro alguém que não as armadilhas de Jigsaw.
Ao menos se eles tivessem colocado um personagem principal que fizesse sentido…
Chris Rock e sua péssima atuação como policial
Eu não sou uma pessoa que julga o ator por ter feito apenas comédias rasas. Eu acho que atores e atrizes devem explorar seu potencial em outros tipos de filmes sempre que possível.
Mas Chris Rock deixa muito mais do que claro que não foi feito para interpretar aquele papel. Sua atuação é terrível de assistir mesmo quando ele serve de alívio cômico durante alguns poucos segundos.
(Aliás, é de péssimo tom tentar colocar comédia dentro de Jogos Mortais, destoando completamente de todos os outros filmes)
A atuação de Chris Rock é forçada, ele até tenta, mas não consegue se passar pelo policial que precisa descobrir quem é o novo Jigsaw. Muito menos pelo policial que é pego para participar das armadilhas. Ou que ao menos sente raiva, dor ou medo por ver tudo que outros policiais passaram na mão do imitador de Jigsaw.
Nem mesmo a atuação de filho negligenciado pelo pai, nos convence.
Com certeza, alguns atores devem continuar fazendo o que sabem fazer melhor, e não se arriscar – e arruinar – filmes e gêneros que não estão habituados.
Sem contar que toda vez que Chris Rock tentar trazer o clima de tensão, você terá que encarar essa cara aqui:
A história de Espiral – O Legado de Jogos Mortais
Nada simplesmente faz sentido. Esse é o resumo de mais de uma hora e meia de duração de filme. Mas eu vou tentar contar pra vocês a história de Espiral.
Tudo começa quando um policial é pego para participar de um jogo de um possível imitador de Jigsaw.
Um outro policial – Chris Rock – é indicado para investigar o caso e começa a receber pen drives com pistas de onde ele deve investigar. Cada lugar que Zeke – Chris Rock – é levado, encontra mais uma parte de corpo de um policial que participou e perdeu nas mãos do imitador.
Zeke agora se vê obrigado a desvendar quem é o imitador de John Kramer – o Jigsaw – antes que ele acabe matando todo mundo da polícia.
O que Zeke mal perde por esperar é que ele mesmo é o centro de tudo que está acontecendo, sendo manipulado pelo imitador de Jigsaw até o final do filme.
O que há de errado em Espiral – O Legado de Jogos Mortais
O foco de Espiral é na investigação policial. Os produtores do filme quiseram pegar as melhores partes de Seven – Os Sete Pecados Capitais e Jogos Mortais, mas falharam miseravelmente.
Espiral não é bom como investigação policial, entregando logo de cara quem é o imitador de Jigsaw e trazendo uma trama prá lá de manjada nos filmes de vingança.
Além de clichê, os personagens são mal trabalhados e não entregam o papel que foram contratados para fazer! Deixando a desejar em todos os momentos.
Espiral também não é bom como uma imitação de jogos mortais, uma vez que o foco dos jogos da franquia são as armadilhas extremamente bem produzidas. Armadilhas que fazem sentido e – principalmente – armadilhas que possuem um tempo hábil para que a pessoa consiga escapar.
(Aqui faço uma ressalvar, pois em alguns filmes de Jogos Mortais, existem armadilhas que não são possíveis de serem superadas, mas todas elas possuem um propósito).
As armadilhas de Espiral
Assim como todo o filme, as armadilhas de Espiral são decepcionantes e um tanto quanto repetitivas. Produzidas por um imitador extremamente amador que provavelmente não assistiu aos outros filmes da franquia Jogos Mortais.
Bastava que você tivesse assistido aos 3 primeiros – que são os três melhores na opinião de muitos – para conhecer as principais armadilhas e o propósito de cada jogo acontecer.
Mas parece que Chris Rock – que além de protagonista, também é um dos produtores do filme – não se deu ao trabalho de estudar a franquia. Ou estudou a franquia apenas para repetir armadilhas ou imitá-las, só que de uma maneira bem porca.
Jogos Mortais é conhecido pelas armadilhas que fazem você se revirar na poltrona. Mas Espiral nem isso consegue.
Previsíveis, sem graça e sem noção. Estes são os adjetivos para as armadilhas de Espiral.
Jogos Mortais sem Jigsaw?
Espiral mal faz menção aos Jogos Mortais, falando no nome de John Kramer por um total de 3 vezes e mostrando apenas fotos rápidas de Jigsaw.
Amanda, Mark Hoffman ou Peter Strahm? Não aparecem nem por foto ou menção. É como se simplesmente nunca tivessem existido.
Sem contar que o imitador de Jigsaw não possui nenhum carisma. Sua motivação é até válida, mas não tão forte quanto a de John Kramer. A reviravolta – muito comum em Jogos Mortais – é bastante previsível e não surpreende ninguém.
Eu entendo que eles tentaram fazer diferente, até por que Espiral não é uma continuação de Jogos Mortais 8. Mas colocar o nome do filme como “Espiral – o Legado de Jogos Mortais” e não mostrar o legado dos Jogos Mortais, é uma ofensa aos fãs que esperaram muito por um novo filme da saga.
Jogos Mortais sem o palhaço?
E para finalizar o show de horrores que é Espiral, os produtores tiveram a péssima decisão de trocar o palhaço de Jigsaw por um… Porco?
Faz sentido colocar um porco ao invés do palhaço, sim eu entendi o contexto de que “Os policiais são os Porcos corruptos”. Mas assassinar o palhaço de Jigsaw, conhecido até mesmo por quem não assistiu nenhum dos filmes, é no mínimo um tiro no pé.
Além do mais, já existe um porco bastante famoso na franquia de Jogos Mortais, um porco do qual eu morria de medo quando era mais nova!
Porém, o produtor de Espiral explica a ausência de Billy, o boneco palhaço de Jigsaw. Ele não gostaria que o imitador de Jigsaw fosse comparado com a atuação incrível de John Kramer. Então se não há Jigsaw, não há sentido de ter Billy no filme… Vai entender!
Espiral – O Legado de Jogos Mortais: Vale a pena assistir?
Para os fãs da franquia Jogos Mortais, vale a pena assistir pela menção da obra de John Kramer. Mas vale a pena assistir principalmente para criticar e pensar:
“Eu como fã de Jogos Mortais, faria um filme muito melhor!”
Um ponto positivo que não posso deixar de citar é a atuação de Samuel L. Jackson que é impecável – assim como em todos os filmes que ele faz. Porém, com um tempo de câmera mínimo e potencial desperdiçado.
Quem Teve O Surto do Dia
- Eu sou a Fabi! Formada em Marketing Digital, com Pós Graduação em Psicopedagogia. Minha paixão é jogar vídeo games e falar sobre isso aqui no Surto do Dia, no Tiktok e as vezes no Youtube.
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